Desde que criei este Blog em 2009 tive por diversas vezes períodos em que tive de me afastar do xadrez para que pudesse me concentrar em outras atividades.Acho que de um modo geral todos nós que gostamos de xadrez nos deparamos com situações como essas se o xadrez não exatamente nossa ocupação primordial.Temos trabalho,estudos e as vezes os dois juntos.Tendo o xadrez em nosso caso um caráter recreativo ou educativo nós acabamos por preterí-lo em razão de tarefas que nos demandam o tempo livre que usamos com o jogo dos reis e com muito pesar abrimos mão de nosso jogo de tabuleiro para nos preucupar com outros assuntos.Em geral,para mim quando um período de provas,trabalhos e apresentações começa na Universidade eu não tenho a menor dúvida,largo o xadrez e focalizo-me nos estudos.Praticamente,nem sequer olho os sites de xadrez para não ficar tentado,pois afinal a partir que sei o que se passa já tenho minhas idéias para elaborar textos aqui nesse meu espaço onde alguns leitores,na maioria deles tão amantes do xadrez quanto eu.Porém,não me arrependo-me do que fiz.Se teve algo que o Xadrez me ensinou foi a tomar decisões,e não foi só isso que aprendi jogando.Um livro não muito recente,mas do século XXI do Historiador e Jornalista Malcom Gladwell tem o título Blink-A Decisão Num Piscar de Olhos.Nesse livro o autor fala sobre a importância da intuição em nossas vidas e como ela nos dá respostas as vezes melhores do que as que pensamos durante dias,meses e as vezes anos.Na introdução Malcom aponta uma estória bem interessante.Em 1983 num Museu da Califórnia o curador recebeu um estátua de mármore muita antiga.Essa estátua é chamada pelos especialistas de kouros.Os kouroi são bastantes raros no mundo e há cerca de apenas 200 deles,portanto uma bela peça para a aquisição do Museu.Entretanto,a direção do museu deveria ser bem precavida e analisar todos os aspectos para garantir que não estava sendo ludibriada,pois como sabemos existem falsificações de ótima qualidade(se é que podemos adicionar ótima como adjetivo a uma falsificação?).Vários métodos químicos são usado para verificar a antiguidade,o material e o estilo inigualável da escultura do período helenístico(o que se convenciona chamar de Grécia Antiga e Macedônia nos livros didáticos,no entanto o nome em grego da antiguidade é Hélade enquanto que a Grécia moderna que se libertou do Império Otomano em 1822 se chama Helias).Os testes foram bem sucedidos e a estátua passou em todos eles.Todavia,os especialistas ainda tinham dúvidas sobre sua autenticidade.Tanto no período helenístico do Império Heleno da Macedônia quanto da égide dos romanos em sua República e Impérios eles fizeram diversas cópias que são de qualidade tão boas quanto as originais.No entanto,uma peça como aquela tão difícil de se achar inteira pressionou os diretores do museu a aceitá-la.O que impedia os especialistas em liberá-la era um sensação pura e simples de que havia algo de errado com aquela estátua.Uma intuição ou palpite.Depois de certo tempo nada de novo surgiu sobre a estátua mas o caráter do homem que tentou vendê-la tornara-se questionável por descobrirem que ele havia feito situações similares em outros museus.O problema da falsificação é um dos mais graves problemas da disciplina histórica.Não melindro em dizer que o oposto da História é a mentira.Alguns podem saber que a doação de Flavius Valerius Constatinus(mais conhecido como Constantino I ou Constantino,O Grande santificado pela Igreja Católica Apostólica Romana),Imperador do Império Romano do Oriente,Império Bizantino ou simplesmente Bizâncio fez a Igreja Católica Apostólica Romana é notoriamente uma falsificação do tempos medievais para justificar a porção do Vaticano sedido ao Santo Padre(Mais detalhes ver o livro Relações de Força-História,Prova e Retórica,GINZBURG,Carlo.Companhia da Letras,2002).Depois todas essas citações e argumentos pode-se dizer:O que eu quero realmente dizer com isso?Não quero tomar uma falsificação por verdade?Mais ou menos.A moral é a seguinte-A história como alguns podem observar por tudo que já escrevi nesse post é que é o meu forte!.Resumindo,ela é minha grande prioridade perante qualquer outra.Quando em 2005 decidi por prestar vestibular para História na UFRGS era isso que queria fazer por um bom tempo.Existe muitas outras tarefas,mas essa é a mais importante,Agora que estou de férias sobre tempo para o xadrez e outros planos.Gostaria de dizer que escrever sobre o xadrez é algo que compara-se a andar de bicicleta,porém seria uma falsificação ou mentira.Depois de uns 15 posts é que eu realmente entro em forma e também eu nunca aprendi andar de bicicleta sem querem saber,portanto a comparação da sabedoria popular não é inteligível a minha percepção.Não vou nem sequer tentar escrever algo sobre o que passou como fiz algumas vezes pois seria quase que falta de respeito aos leitores deste Blog.Vou tentar ir direto a questões atuais como 2º London Chess Classic,77º Campeonato Absoluto Brasileiro e Campeonato Mundial Feminino.Espero que possa passar as melhores impressões possíveis do que vejo acontecendo e das informações a mim passada por diversos colegas bem mais experientes nesse assunto.Conversarei com eles agora de depois voltarei a escrever.
Uma vida longa e próspera,
MBS.
Admirável colega Marcos Bueno Sander - gostei do conteúdo do seu blog - mormente da sua exposição sobre a história e o xadrez.
ResponderExcluirVejo que há muita identidade nas artes que se usam a memória: o fascínio pelo esporte arte-ciência é normal e de qualidade! Já que conheci vários enxadristas que gostam e desenvolvem a arte musical, advocacia, pintura, etc
Portanto, a partir de hoje, estarei seguindo suas postagens e, se houver permissão, reeditarei algumas em nossos blogs, mormente no xadrezdinobueno.blogspot.com
Um fortíssimo abraço e quem sabe faz o tempo...rsrs - "P'RA NÃO DIZER QUE NÃO FALAMOS DAS FLORES"